Conheça o projeto Anikulapo

André Eduardo Barth, um músico de 27 anos natural de Curitiba, Paraná, chama  atenção com seu projeto musical intitulado Anikulapo, que se destaca na vertente Afrocyberpunk. Com presença marcante, Anikulapo traz uma proposta sonora inovadora que mistura influências da música negra, jazz, rap, techno e IDM.

Desde criança, André teve um contato próximo com a música. Seu pai, um audiófilo, colecionava LPs e CDs de diversos gêneros musicais, o que o expôs a uma ampla variedade de estilos, como rock e eletrônica. Embora tenha tido contato com instrumentos percussivos, foi na bateria que André encontrou sua afinidade musical intuitiva.

“Desde a adolescência meu pai coleciona LPs e CDs, cresci escutando todas as variações do rock e eletrônico. Os únicos instrumentos que tive contato para tocar foram instrumentos percussivos em geral, sempre gostei de “batucar” tudo, quando meu pai comprou uma bateria para aprender, fui aprendendo intuitivamente.”.

Foi aos 14 anos, no primeiro ano do ensino médio, que André teve seu primeiro contato direto com a música eletrônica. Ao ajudar o tio de um amigo, que alugava equipamentos de som para eventos, ele teve a oportunidade de tocar em uma matinê. Essa experiência o encantou e despertou seu interesse pela produção musical. Inicialmente, ele explorou a criação de remixes de músicas do gênero EDM, mas à medida que mergulhava mais a fundo na produção musical, suas referências e influências se expandiram, abrangendo música negra, jazz, rap e techno.

No momento em que descobriu mais sobre a vida de Fela Kuti, icônico músico nigeriano, André sentiu uma conexão profunda com suas raízes culturais. Inspirado por essa conexão e pelo legado deixado por Fela Kuti, ele adotou o nome Anikulapo para o seu projeto musical. Hoje, suas referências continuam sendo as mesmas, com a adição do IDM, ampliando ainda mais sua sonoridade.

Em iorubá, Anikulapo significa “aquele que carrega a morte no bolso”, inspirado no Fela Kuti, um multiartista que tem uma história de vida marcante,no qual  lutou pela música do início ao fim de sua vida. “Quando vi esse nome Anikulapo eu me identifiquei imediatamente, e já produzia a uns anos e não tinha nome pro meu projeto até esse nome aparecer pra mim, significa muito pela vida que tive, lutar bravamente pelo que acredito.”.

No entanto, o caminho de André como DJ não foi fácil. Iniciando sua carreira em Roraima, onde a cultura eletrônica não era tão difundida como hoje, ele enfrentou desafios como a falta de acesso a conhecimento e recursos. A busca por cursos e o autodidatismo foram as principais fontes de aprendizado para ele. Além disso, André acredita que o fato de ser negro também tenha influenciado sua jornada, tornando-a ainda mais desafiadora.

Entre as memórias marcantes de sua trajetória, uma das mais significativas foi a primeira vez em que tocou um set 100% autoral em uma festa em Roraima. Após anos tocando principalmente em festas de psytrance, esse momento representou um marco importante em sua carreira, ao ver as pessoas dançando ao som de suas próprias criações.

Para André, tocar música é estar presente, uma experiência de conexão profunda com o som. Desde o primeiro momento em que começou a tocar, ele sente que sua identidade se funde com a música, criando uma sensação de estar no aqui e agora. Essa imersão sonora o faz sentir-se vivo, permitindo-lhe explorar os timbres e sentir tudo que a música pode me oferecer.

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Instagram: @anikulapolive

Soundcloud: @anikulapolive

Créditos: Mack Fotos