Conheça o projeto Tarumã
- olhar cósmico
- 1 de dez. de 2023
- 4 min de leitura
Thaynara Assunção Moreira, 26 anos, natural de Salto de Pirapora, São Paulo, graduada em Educação Física e atualmente gerenciando uma academia. Após uma experiência de amor à primeira vista, trouxe à vida o projeto Tarumã, imerso na vertente hi tech da música eletrônica.
A trajetória de Thaynara na música tem um começo distante de seu interesse atual. Crescendo ao som do sertanejo e da MPB, a música eletrônica só entrou em sua vida aos 16 anos, quando começou a frequentar baladas de techno e tech house.
O divisor de águas veio aos 18 anos, na Experience, sua primeira rave comercial. Contudo, foi na Pachamama 2, em outubro de 2016, que o destino mudou. Imersa em darkpsy, psycore e hitech, Thaynara sentiu sua alma vibrar. A descoberta foi instantânea, e desde então, as festas eletrônicas tornaram-se seu habitat natural. “Peguei uma barraca e um saco de dormir de um amigo, achei uma excursão no facebook e fui. Sem conhecer nenhuma vertente! Chegando lá, foi amor à primeira vista. Três dias imersos em darkpsy, psycore e hitech foram o suficiente para eu ter a certeza absoluta que finalmente eu tinha descoberto uma música que tocou minha alma. Desde então, não parei de frequentar as festas.”.
Seu salto para o palco foi gradual. Foi em 2019 que o projeto Tarumã ganhou vida na festa Yantra, marcando o início de sua jornada como DJ e produtora. Thaynara já tocava hi tech, mas somente como DJ set, e em 2021 ela foi presenteada pelo seu amigo Gui Rusty com uma vaga para fazer um curso de produção especialmente para mulheres com os projetos Demonizz, Marambá e Necropsycho. Após esse curso que mudou a sua vida na área da produção, continuou estudando em cursos com o projeto Demonizz e no ano de 2023 com o projeto Karmazon.
As suas influências musicais iniciaram com o projeto Angry Luna, enquanto tocava como DJ set. Ao iniciar o seus estudos na produção musical, eles acabaram mudando. Hoje em dia ela se inspira em projetos como Highko e Nyama. “Gosto dessa pegada não tão “cyber”, com os mesmos elementos tocando por mais tempo, em um bpm um pouco mais baixo (170-190).”.
Sua trajetória envolveu superar desafios, desde lidar com a síndrome de impostora até enfrentar críticas pela escolha da vertente musical. “Conhecia muitas pessoas que não gostavam de hi tech. Eles ouviam full on, progressive, psytrance. E por muitas vezes fui criticada pelo tipo de música que tocava por pessoas que não conheciam nada sobre a vertente. No começo, essas críticas me abalaram muito, me sentia oprimida e envergonhada de expressar o que eu gostava de escutar e de tocar. Aos poucos fui aprendendo a controlar minha ansiedade, silenciar a minha voz que no fundo tentava me diminuir e estudando, fui ganhando confiança para me expressar da forma que eu queria, e não das formas que algumas pessoas palpitaram.”.
Essa evolução também foi importante para o seu processo de empoderamento como mulher. “Isso também fez parte do meu empoderamento como mulher. Muitas vezes, inconscientemente, nos colocamos em uma posição de pensarmos que não somos merecedoras de estarmos em um lugar que existem, majoritariamente, homens.”.
Uma estreia marcante na Yantra acabou sendo composta por uma crise de ansiedade, que acabou se tornando um momento transformador que moldou sua capacidade de lidar com a pressão pré-apresentação. “Após eu surtar e tentar desistir de me apresentar, meu noivo praticamente me obrigou a subir no palco. E por fim, foi uma estreia maravilhosa. Me diverti, a pista estava repleta de amigos e me emocionei tocando naquela festa tão significante para mim, que ajudou a construir tudo do zero.”. Um agradecimento especial que Thaynara enfatiza sobre este acontecimento, é para o seu noivo que sempre esteve ao lado dela apoiando e incentivando o seu projeto. “Sou muito grata pelo meu noivo, o Ikenaga, por ter me ajudado nessas crises e sempre me apoiando para eu me acalmar e voltar para a realidade.”.
Seu álbum "Analogic Primates" carrega sua essência, representando não só um marco profissional, mas uma expressão autêntica de sua personalidade. Em suas músicas, ela compartilha sentimentos, sem seguir uma narrativa pré-estabelecida, apenas a expressão do momento.
O nome Tarumã tem como significado, o nome de uma árvore brasileira e também uma cidade do Brasil. Assim como seu nome, Thaynara. “Desde que pensei em criar um projeto, eu tinha a certeza que queria um nome brasileiro e indígena para nomeá-lo.”.
Tocar para Thaynara é um sentimento inexplicável “Eu sinto que, naquele momento, tudo o que eu fiz na minha vida inteira foi exatamente traçado para eu estar ali. Presente. É como se o universo parasse em perfeito alinhamento. Uma sensação de aquilo ser certo, sabe? É uma alegria plena, na qual você não é capaz de desfocar a sua atenção do presente. Eu perco a noção de tempo em cima do palco. Eu danço e vibro cada barulhinho da minha música.”.
Sua maior lição nessa jornada foi confiar em sua intuição e filtrar os feedbacks recebidos. “Eu sou a única pessoa que terá a identidade do meu som. Se eu tentar copiar os outros, já não será mais a Tarumã. E saber filtrar os feedbacks: nem todas as opiniões merecem ser ouvidas, mas algumas delas são fundamentais para construir quem eu sou.”.
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